Uma possibilidade de desenvolvimento para o Aikido

 

É em tempos difíceis que paramos um pouco e procuramos uma forma de chegar a um futuro melhor. É então necessário encarar o futuro com uma atitude organizativa em relação a uma ideia de desenvolvimento, que deve estar enquadrado num ciclo que permita a sua renovação. É assim necessário planear o tipo de desenvolvimento que se pretende, partindo da nossa capacidade de idealização.

É exatamente esta a razão que me leva a escrever e refletir sobre o desenvolvimento do Aikido a nível nacional. Numa sociedade onde muitas vezes se apontam os erros dos outros e se discute o sexo dos anjos, sem se fazer o mínimo esforço para se contribuir com soluções plausíveis, aqui fica o meu contributo, para um possível desenvolvimento do Aikido.

Para não se cair no erro de uma gestão baseada na futurologia, é importante, analisar-se a situação atual da Federação Portuguesa de Aikido (FPA) e o caminho percorrido. Tendo em consideração que o desenvolvimento engloba melhorias de ordem qualitativa e quantitativa, podemos afirmar com alguma certeza, que pouco ou nenhum desenvolvimento se tem verificado.

Se analisarmos em termos quantitativos, desde as épocas de 2004 a 2012 verificamos uma diferença de 847 praticantes para 1141, com tendência de decréscimo no último ano. Há ainda que ter em consideração que esta flutuação se deve em parte ao número de associações que se vão filiando à FPA.

Em termos qualitativos também não se verificam melhorias consideráveis; nem em programas para o desenvolvimento de jovens praticantes, nem em apetrechamento, nem ao nível de um programa de formação, nem tão pouco, ao nível da caracterização dos praticantes reais, por forma a desenvolver-se um plano de marketing eficaz.

Analisando a próxima proposta, do Plano de Atividades para 2014, verificamos que os objetivos são os mesmos de 2013, que por sua vez eram os mesmos de 2012, 2011... Uma organização que se prende a objetivos de anos passados, sem construir instrumentos de medida, os quais podem e devem levar a eventuais correções, é uma organização que parou no tempo e não sabe onde quer chegar. (consulta em www.fpaikido.pt)

Verifica-se que a situação não é deveras animadora, porém tal como referi, é necessário ter uma atitude organizativa e planear o tipo de desenvolvimento que se pretende para o Aikido a nível nacional.

Portanto, para que exista desenvolvimento, é necessário identificar os fatores que intervêm no processo de desenvolvimento, dos quais se identificam: orgânica, atividades, marketing, formação, documentação, informação, instalações, apetrechamento, quadros humanos, financiamento, normativo e gestão. Castejon Paz (1973)

“Estes fatores, combinados entre si, com uma determinada estrutura, em função dos objetivos a atingir e das políticas a prosseguir, dão substância ao planeamento. Através das combinações escolhidas, materializadas em programas e projetos de desenvolvimento, transforma-se uma dada situação desportiva numa outra que se pretende quantitativamente e ou/ qualitativamente melhor. Acontece, deste modo, mudança e desenvolvimento.” G. Pires (2007)

Para que o planeamento responda em termos práticos aos objetivos que se pretendem alcançar, as seguintes questões terão sempre de ser consideradas; O quê?, Como?, Quando?, Onde?, Por quem?, Com quem?, Para quem?, Para quê?

É através deste processo de planeamento que se deverá diminuir o gap estratégico, caminhando em direção à projeção planeada. Aqui fica o meu modelo de desenvolvimento, baseado em pressupostos científicos.

Amílcar Antunes

Doutorando em Gestão do Desporto (F.M.H)  

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